Um sistema de comunicação via rádio integrando a população à Secretaria Municipal de Defesa Social (Semdes) e daí a toda estrutura de segurança pública de Natal. Assim pode ser resumida a “Rede Segura”, nome dado à estrutura que irá contar com uma central de atendimento responsável por receber informações de hotéis, condomínios, dos taxistas e de toda a população, a respeito de crimes e ocorrências policiais em geral.A rede foi apresentada na manhã desta segunda-feira (12) pelo secretário Sérgio Leocádio, durante uma audiência na Câmara Municipal, e já vem sendo montada há quatro meses. Inicialmente o foco está nos setores de turismo, condomínios e táxis, mas o objetivo a médio e longo prazo é ampliar a rede para toda a comunidade, a partir de conselhos, clubes de mães e entidades representativas da população.
O funcionamento é simples: o hotel, condomínio, cooperativa de táxi ou entidade adquire um rádio (em torno de R$ 1 mil o aparelho, ou cerca de R$ 150 o aluguel) através do qual poderá se comunicar, por frequência específica, com a central instalada na Semdes, sob responsabilidade da Guarda Municipal. Quando se tratar de ocorrências em andamento, a informação será repassada imediatamente à Polícia Militar, ou qualquer outro órgão responsável.
As chamadas também serão incluídas em um banco de dados que vai ser utilizado na elaboração de políticas públicas de segurança para o município. “Precisamos interagir com a população, chamando as pessoas de bem para o nosso lado e essa rede vai nos ajudar muito nessa interação”, destacou Sérgio Leocádio. Treinamentos com funcionários de condomínios e de hotéis já vêm sendo realizados e o objetivo é capacitar a todos para o uso da rede.
O “Segura” inicialmente funciona a partir de três antenas instaladas na Via Costeira, no Tirol e em Ponta Negra e representou custos de menos de R$ 8 mil para a secretaria, investidos principalmente na central, que já vem sendo montada. O sistema de rádio utilizado é analógico. “Fizemos o orçamento do sistema digital e o valor ficaria entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões”, revelou o diretor do Departamento de Inteligência da Semdes, Cláudio Carvalho.
Porém, como a frequência utilizada já é digital, a rede pode “migrar” inteiramente para o sistema digitalizado no futuro. Com o objetivo de evitar “trotes” ou algum outro uso indevido, um mapa eletrônico informará, nos computadores da central, o exato local de onde o contato está sendo feito e os operadores poderão identificar imediatamente se trata-se, ou não, de uma chamada válida de algum participante do “Segura”.
“É importante ressaltar que quando houver necessidade de uma pronta resposta não será a Guarda Municipal que irá agir, mas sim as polícias”, esclareceu Sérgio Leocádio. Autor do pedido da audiência de ontem, o vereador Enildo Alves destacou a importância de atrair a população para ajudar no trabalho da segurança pública e garantiu que uma nova discussão será realizada na Câmara, provavelmente já em agosto e unindo outros municípios da Região Metropolitana.
Fonte: Tribuna do Norte.
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